A Companheira

quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Chegou em silêncio. Conviveu com ela como um ladrão à espreita.
Observou-a. Conheceu-a como nem ela mesma o fazia. Sondava-a. Aparentemente, a vida daquela mulher era perfeita. Dinheiro, fama, companhia, o que mais alguém poderia querer? Eu digo o que: paz.
Ela sorria com os lábios, mas nunca com o coração. Relacionava-se com pessoas que não tinham idéia de quem ela deveras era.
Não mais dormia. Passava as noites em seus doces lençóis de seda fitando o teto, fitando o escuro. Escuridão esta que a preenchia por completo. Bem- sucedida em seu mundo da moda, a estilista demonstrava grande inteligência, mas não a sabedoria necessária para ser feliz.
Então, numa ensolarada manhã de primavera, que sucedeu mais uma noite perturbadora; aquela que habitava a sua casa há tanto tempo a fez lembrar-se dos remédios que comprara com seu poderoso cartão de crédito.
Ela desistiu de si mesma, viver não fazia mais o menor sentido, não valia o sacrifício da solidão. Tomou as pílulas e deu a mão à sombra negra que a acompanhava há tanto tempo: a morte.

Por: Ana Carolina de Assis

P.S.: Meu Deus, o que está havendo com os meus devaneios coloridos?

3 comentários:

Lucas L. Rocha disse...

hahaha, pensamentos coloridos nunca mais :P

Ficou legal esse daí, como sempre.

Gabriela Domiciano disse...

é triste!!! mas uma reflexão válida para a situação de mts pessoas. Gostei do texto!!

=)

Livinha disse...

Onde ela conseguiu esses remédios, hein? AHIHUAA
Mentchirinha, neném!

Bom texto, garotinha. Só meelhoooora a cada djeeeea...

Bããããijos!