In the box

domingo, 19 de julho de 2009
O meu amor está guardado numa caixa de madeira.
E ela tá ali, no meu criado mudo. Eu acordo, olho pra ela. Deito, olho pra ela.
Tudo que temos está ali, guardado.
O amor exposto pelas letras, pelo cheiro e pelas cores. Por tudo que é doce.
O despertador toca às seis horas da manhã. Eu abro os olhos, e ela tá ali. Ou melhor, ele dentro dela, da caixa. A saudade acorda juntinho comigo, ela quer que eu abra a caixa, mas não dá! Ela está abarrotada de nós, dos nossos pedacinhos de cada dia. Então eu esqueço.
E aí chega a noite. Antes de deitar, choro por querer vê-lo, por querer e não poder sentir o cheiro de você, o sabor de nós.
Mas depois passa. Os olhos dormirão exaustos de choro, e o coração em pedaços de ti.
E ela continua lá. Ou melhor, ele dentro dela, da caixa, que continuará a me esperar amanhã de manhã.

Por: Julya Tavares

Superfície

sexta-feira, 3 de julho de 2009
Se me olhares nos olhos intensos,
Ainda não entenderás.
Se me observares distraída,
Não farás a mínima ideia.
Posso contar-te a vida,
Não seria o suficiente.
Passaria contigo mil momentos,
E ainda assim não me conhecerias.
Pois contar-te-ia fatos,
Não dos mistérios que trago em mim.
E ficarias a vagar no escuro...
Porque o coração de uma mulher é um oceano profundo.
E tu... Ah...
Tu estás apenas a nadar na superfície.

Por: Ana Carolina de Assis.