4 de Julho

sexta-feira, 4 de julho de 2008
Lixo, miséria, insatisfação.
Onde estará a solução de tudo isso? Não sei.
Assisto a um cenário mórbido, cheio de ilusões e desapego. As pessoas reclamam, mas não parecem se importar com o caos imenso em que se encontram.
Crianças brincam na lama. Não, elas não têm consciência do que as esperam.
Só vêem ao redor. Elas gravam o sofrimento do lugar onde situam, de suas famílias.
Pensam apenas no colorido, não enxergam a escuridão em que vivem. Jogam limões para o alto em busca de uns trocados...
E então, onde estão os vilões?
Quem são os mocinhos?
Será que existe alguém inocente nesse ninho de cobras no qual só saem prejudicados os desprovidos de altos salários?
Sim, eu me refiro aos pobres.
Pobres de coração, pobres de espírito, pobres de compaixão. Pobres de esperança...

O ônibus fez a volta. Talvez, não mais reflita tais coisas, ou nem sequer verei aquela mesma cena. A tela de um quadro no qual espero esquecer. O retrato de um Brasil sedento de reformas. O meu Brasil.

Por: Julya Tavares

3 comentários:

Ana Luísa Guimarães disse...

'Vivendo num país sedento,
um momento de embriaguez'

(:

Assim como há de haver motivo para lamentarmos. Ainda há lucidez para mudarmos algo.

'Só a mudaça é permanente'
E seu textos me espelham.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Tenho tido preguiça de olhar o mundo. O que tenho por dentro me custa tanto pensar...
Mas... belo retrato da realidade! Parabéns, e obrigada por ser capaz de me transportar pra dentro e fora dela a hora que bem entende!

;*