Ensaio sobre a cegueira

sábado, 27 de setembro de 2008
Viva corretamente, segundo a lei dos que estão acima de você apenas por ironia do destino. Não se altere, ninguém pode contemplar-lhe a sinceridade do ser, é feio.
É feio ser humano, é feio ser falho.
Eis a questão: numa terra onde os habitantes fecham-se em seus casulos da ignorância, preferindo o não-saber ao conhecimento; numa terra onde o individualismo e a indiferença imperam; enxergar e compreender os que estão à sua volta é uma dádiva ou um tormento?
De que adianta o saber, o entender, se as suas forças são levadas na enxurrada de cegueira que o cerca?
De que adianta querer cuidar dos outros até o esgotamento se eles sequer vêem uns aos outros? Se eles sequer notam que você tem a luz de que eles precisam?
Em terra de cegos, quem tem um olho não é rei, é servo, escravizado pela responsabilidade pelos atos alheios, afinal, só ele viu, mais ninguém. Torna-se, querendo ou não, cúmplice da podridão que o envolve, já é parte disto.
Cansado desta eterna fadiga; preso nesta outra dimensão de cores e formas que vão se distinguindo por onde passa; senta-se e olha os seus semelhantes, e percebe que, infelizmente, está só em meio a muitos, por ter sido agraciado ou condenado pela visão.

Por: Ana Carolina de Assis

P.S.: Vejam este filme, é mára!

4 comentários:

Lucrécio Arrais disse...

O nome do filme é "Ensaio sobre a cegueira"? Tentarei ver, então :)

Beijo pra vocês!

Anônimo disse...

Ceguinha.

Melo G. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Melo G. disse...

enchergue mas se faça de cego ... ai tudo bem ...
;)