A Queda

segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Eu já fui mau sem saber. Os fiz sentir dor, sede, frio... Tirei deles o abrigo. Matei-os sem querer. Quis explorar suas riquezas, entender de perto suas dores. Eu quis acabar com suas vidas. Busquei o que a mim não pertencia, roubei o que a mim não cabia, briguei pelo que não me fora concedido. Feri a inocência dos desprovidos de proteção. Eu enfrentei gigantes sem poder, destruí castelos que jamais serão erguidos. Eu mudei as escrituras, questionei os dogmas. Eu quis inverter o certo. Quebrei as imagens, escarneci os justos, zombei dos seguidores da lei. Eu apedrejei o anjo que vi. Quis ser o criador, quis reinar plena e absolutamente. Eu impus minhas regras por maldade e prazer. Exaltei a minha personalidade, fiz do coração dos outros o meu lugar de direito. Eu criei uma devoção incoerente.
No entanto, não houve sangue derramado que fizesse ter valor as minhas regras. A tirania gera revoltas sangrentas, dolorosas, irreversíveis...
O meu império desmoronou e, agora, me surpreendo tentando entender o sentido de tantos erros. Lamentar-me e implorar perdão é o que sei, porém não me iludo, esperando resultados eminentes. Então, desespero-me ao escutar o som estrondoso do silêncio... A liberdade foi a única regra que eu não soube impor.



Por: Julya Tavares.

4 comentários:

Karen disse...

é. realmente, todo poeta é um fingidor. você escrevendo textos de tiranos.. parece impossível.

Ana Luísa Guimarães disse...

Pra te ser sincera, eu gostei do começo déspota.
E o final apesar de não ter sido tão firme... foi eloqüente. (:

Karen disse...

guuu,ontem à noite fiquei totalmente sem unha no dedão. auhahuahua
só pra te avisar..

beeijos

Karen disse...

ah! cabei de ler teu scrap *_*
hauhahuahua
palavras sem nexo? pirou? ham!
e n tem q agradecer nada! eu me importo pq vc faz muito bem tudo oq se propõe a fazer ;)
n fui tão bem na prova... acertei 50... :/
mas tomara q todo mundo tenha ido mal, pra eu poder passar. ahauhahua
brincadeira.

beeijos, cor-de-rosa
:p