Indizível

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
E de repente eis que acordo assim: muda.
Os verbos desistiram de mim, todos reuniram-se numa única ação: calar, fazer calar.
As palavras desistiram de meus lábios, pois estes são eternos errantes.
Elas saem agora de meus poros; do cheiro que meus cabelos deixam no ar; dos insistentes sorrisos que ainda colorem meu rosto; de meus olhos, pobrezinhos, que tanto tagarelam em meio a tamanho vazio. Eles gritam, imploram por socorro, à procura de uma fuga de minha silenciosa alma.
Tudo está tão branco, tão brando, tão estranho, tão calmo... Perigosa calmaria que subestima as tempestades ruidosas, causam um naufrágio pior ainda: lento, frio, dormente - aquele do qual ninguém tenta salvar, pois não é capaz de interpretar a luz que persiste em irradiar dos olhos...
Todos estranharam-me, mas, presa, não pude expressar em nenhum idioma humano o que senti.
Algumas lágrimas escaparam-me, única fluidez que restou...
Parei de angustiar-me, enfim, pelo que não poderia de forma alguma resolver.
Espero agora pacientemenete por uma força impulsionante que seja capaz de sacudir todo esse vazio. Que do nada leve ao tudo. Que gere alguma vida neste monte de silêncio. Que destrua o marasmo e me traga para a vida que, é claro, jamais abandonou meu interior.

Por: Ana Carolina de Assis

1 comentários:

Renato Junqueira disse...

Calma Aninha, eu juro que te visito logo logo tá?! Bj! (KKKKKKKKKKKKK)