quarta-feira, 27 de maio de 2009
- Foram quantas vezes?
- Quatro.
- Eu não esperava isso de você.
- Eu também não.
- Cínica.

(silêncio)

- Anda. Explique-se!
- Não se explica ou justifica o que não tem explicação. Eu fiz, já disse. Aconteceu.
- Tenho nojo de você.
- Eu também.
- ... ... ... - Vai e não volta nunca mais.

(bateu a porta)

...................................................................

E, diante do caminho que agora se jogava aos seus pés, nasceu uma alma; dessa vez, rígida e cautelosa. As esquinas optaram por lhe ensinar a abandonar os acidentes da vida; enquanto um novo rosto avistava as saídas logo a diante. Os olhos eram fixos e determinados, porém o peito pulsava numa velocidade digna de dor. Eram muitos os sentidos da estrada, e pesados os portais que se levantavam. E quanto à porta que se trancara às suas costas... aquela nunca mais se abriu.

É, eu ouvi a música de 'Closer - Perto Demais' e saiu isso aí...

Por: Julya Tavares

9 comentários:

Anônimo disse...

É... o poeta é um fingidor. Finge tão completamente que...

Ana Luísa Guimarães disse...

...Chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve, na dor lida sentem bem, não as duas que ele teve, mas só a que eles não têm...

-

muito MUITO bom.
Daqueles que dá vontade de ler várias e várias vezes, sabe?
;

Renato Junqueira disse...

(aplausos!)
Nossa Julya, esse foi sinistro, muuuuito bom, parabéns! Faria outros comentários, mas são desnecessários de tão explicitamente subentendidos, se é que isso é possível hahhaha! Bj!

Rogério D Lima disse...

Muito bom Julya.Parabéns!Bjos

Priscila disse...

já tinha vindo aqui e pude ver que a Ana Carolina escrevia bem que só. tu não fica pra trás, hein.
de tdo que disseram acima, só preciso completar com uma coisa:
volto aqui mais vezes.

Felipe Braga disse...

Vagando pelos blogs, encontrei o seu. Gostei daqui.
Esse texto é muito bom! Li 2 vezes.
Parabéns!
Voltarei.

Anônimo disse...

Mais de perto, todo mundo é de verdade. Com seus segredos e incoerências, sem culpa pelos caminhos tomados, mas com plena responsabilidade - ainda que sejamos todos CO-autores de nós mesmos - de nossas ações; Ao mesmo passo, por conseguinte, somos atores de nossas vidas. Reagindo aos outros personagens e nos reinventando sempre.

Não sei em que medida acredito nas tuas palavras como reais. Cogito até você ter se perdido na tua própria estória. Mas juro que, mesmo não esperando e sequer querendo nada além de mandar esta mensagem, te compreendo.

Anônimo disse...

Ah, sim. E postado anônimo pois a mensagem diz quem sou e porque, figurante aqui, não tenho nome.

Anônimo disse...

Amados amant... ops! Quer dizer..
Amados anônimos!




Atores de uma novela mexicana; cúmplices de um crime quase perfeito...
Todos incongruentes nessa estória. Mas insistentes em caber nela.
Um acredita piamente na existência e coerência do autor. Um que vive sem precisar dessa certeza.
E eu aqui, tentando achá-lo a cada palavra; suplicando: dá pra encurtar esse romance e escrever logo a última página?
É que a curiosidade é a minha pior inimiga...











... depois do meu amor por vocês.