Promessas de Papel

quarta-feira, 5 de agosto de 2009
No terceiro dia ressuscitei. Meus olhos se mexeram com uma dificuldade de dar dó, e a primeira coisa que vi foi a escuridão do meu quarto. Na verdade não estava tão escuro, acho que eu era quem não via luz há tempos. A arrumação era a mesma: alguns livros no chão, roupas em cima do cabideiro, abajur aceso e cheiro de café - acho que derramei da última vez que estive acordada. Não me lembro.
Do lado direito pro esquerdo - o seu lado - e os olhos se fecharam com a dor na cabeça provocada pelo café, certamente; tentei mais uma vez e lá estavam eles: a pulseira, o anel e o bilhete. Uma eternidade, e eu ali, esperando inutilmente que eles sumissem com minhas piscadelas. No entanto, permaneciam intactos e esperando por mim, assim como eu, por você.
Reconheci o seu cheiro, misturado à brisa que entrava pela janela. Vi seus passos traçando a rua; saindo da banca de jornal... comprando pão na padaria... sentado no café, tomando um expresso... e no nosso quarto! O chão molhado, você vestido num roupão branco, a cama repleta de papéis do banco e o meu corpo de pé, sorrindo com os olhos do coração.
Seu sorriso voltado pra porta do banheiro, agora - eu ria quando você dizia gostar do jeito que enxugo os cabelos. Toalha e roupão jogados entre lençóis, papéis importantes amassados e corações que só se faziam dizer.

- Promete que fica pra sempre?
- Prometo.
.....................................................................................

Promessas feitas de papel, e um bilhete que dizia: "Eu prometo que te amo. Adeus"

Eu prometo que acredito, só não sei se te espero.

"Se nesta continuada confidência muito falei de amor, perdoai, senhores. Somente sei falar dos meus amores."

Por: Julya Tavares


7 comentários:

Renato Junqueira disse...

Olha...(cara de espanto)...vocês duas tem certeza que vão seguir com essa competição de contos narrados pelos próprios personagens? Já estão mestras no assunto! Na morales...esse eu colava na agggggenda se eu tivesse uma hahhahahhha, parabéns, muito bom mesmo! Bj!

...isso provavelmente vai instigar outro texto por parte de Ana hahhahahahha!

Ana Carolina de Assis; Julya Tavares. disse...

HAUHAUAAHAUAHAUHAUAH
Ah, eu não ia postar, pq fiquei apaixonada pelo texto dela, mas não resisti, quando escrevi esse ontem, como sempre faço pelas minhas madrugadas vazias de ultimamente. rs
Nós estamos cada vez melhores, pode falar. HAUAHUHAUAH
Obrigaaada, Tiiinho.
E pode deixar que vou colocar na agêêênda! ;)

Julya;*

Felipe Braga disse...

Perfeito!
Belíssimo, sentimental.
Finalzinho de arrepiar!
Indicarei o blog a alguns amigos.
Parabéns.
Beijos.

Ana Carolina de Assis; Julya Tavares. disse...

Ah, Felipe, obrigada pelo elogio, e por indicar a outros também. Seja bem-vindo sempre. (:

Beeijos. ;*

Ana Carol disse...

Ah, eu não posso competir com isso, sabe... Os sentimentos dos textos da Ju são quase palpáveis...
Quem sabe um dia eu não chego lá? =)

Rogério D lima disse...

Você é irma da Ana, não é Julya?Só pode!Mandou muito também.Parabéns!

Beijos!

Ana Luísa Guimarães disse...

A cada último post eu encotro o melhor de você. Portanto, esse é o melhor - mas só enquanto o próximo ainda não foi escrito.