Tinha em mim o desejo de expressar-me, mas tenho medo.
Não de mim, é claro, já aceitei a minha condição de ser.
Temo a nudez que o falar causaria-me.
Demandaria esforços a criar novos panos de sorrisos a fim de cobrir-me.
Minhas vergonhas são justamente minhas verdades.
E, neste emaranhado entre o ideal, acima de mim, e o que dizem certo, permaneço aqui, calada.
Mas vou falar, que importa o que digam?
Aquele que contemplar e julgar impróprio não terá compreendido a essência das palavras.
E, além disto, falarei somente a ti.
E diante de ti, que temer?
Eis tudo: "Amo-te, sou tua... Mas é segredo."
"Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio." - Clarice Lispector
Por: Ana Carolina de Assis
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5 comentários:
Ah, finalmente essa mudeza toda vai se acabar. Eu acho que o melhor do impossivel é quando ele é só nosso... imagino o mundo que se abre quando essa descoberta vem a tona...
Enfim. Que boba eu,né? Não consigo me livrar da mania de crer nas palavras, até que me provem o contrário.
Essa mudeza vai perdurar...
E vc aí, optando por sofrer.
Ai, mundo louco.
Bacana como sempre!Saudades maninha.Beijos!
ana e seu dom das palavras...
"temo a nudez que o falar causaria-me.Demandaria esforços a criar novos panos de sorrisos a fim de cobrir-me"
vc e muito talentosa na arte de colocar pingos de pensamentos em despretensiosas frases!
Leio, e exclamações involuntárias são inevitáveis: "Caramba, isso é bonito demais!"; "Que lindo!"; Há muito o que dizer sobre sua literatura, mas "Temo a pobreza do meu falar"; Que há de se fazer então? Contemplar e contemplar!
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