Está escuro. Não há som de mundo, apenas o ruído do silêncio e da solidão que me invadem. Da janela, vejo somente negrume. O céu está num breu que parece clarear jamais. E então chega um vento, mas ele é diferente, parece pesado, parece arrastar.
As árvores balançam carregadas dos elementos do dia, elas esperaram o vento chegar para levá-los embora. E então o sinto me tocar, não quero ser invadida, mas é difícil evitar a sua força. Quero estar saturada, angustiada, reunir os meus desesperos e emoções. Eu quero chorar, mas ele não deixa. Livra-me, revira-me, purifica-me de sensações. Faz daquela noite um ritual pelo qual não desejo passar, faz daquela janela um lugar do qual não desejo estar, e então se vai. Vai porque passa, porque precisa, porque engana. É só uma questão de ciclo, de obrigação, de seqüência. Assim como as águas dos mares são renovadas pela chuva, assim como o dia é renovado pela noite, assim como o mundo gira...
Os ventos inventam um esquecimento inexistente, uma mudança imutável, um passar de dias arrastados. Porém, não importa. Não há nada mais certo e sensato do que se enganar de algo que é necessário ser mudado...
E então eu percebi que o céu muda de cor toda vez que você vai embora...
Por: Julya Tavares
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3 comentários:
Tu não existe, menina *.*
Ah, Ju.
Tá muito bom!
De verdade, muito bom.
♥
Jolie,você vem se superando a cada texto!E parece que está apta a escrever sobre qualquer tema,para qualquer pessoa,e seja lá o que estiver sentindo,transforma em arte!Parabéns!
Beijos!!
P.S.
"Os ventos inventam um esquecimento inexistente, uma mudança imutável, um passar de dias arrastados. Porém, não importa. Não há nada mais certo e sensato do que se enganar de algo que é necessário ser mudado..."
Esse verso é o que me tranquiliza quando páro pra pensar em como vc está julgando a minha atitude.
Muito bom texto, mais uma vez.
Parabéns.
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